Confissões de uma quase-viajante: Moçambique aqui vou eu 2

Hoje senti-me estranhamente feliz na IC19. Eram 7h30, havia nevoeiro, infelizmente também um acidente no Cacém e o engarrafamento do costume, mas eu estava feliz.  Claro que é um inferno para quem cá vive e a tem de cruzar todos os dias úteis, mas eu já não sou de cá. Sou de Quarteira, e por vezes tenho saudades deste mar de gente. 
Apresento já as minhas sinceras desculpas a quem se achar insultado com esta minha "felicidade". 

Às 8h30 já estava à porta de Moçambique. Perdão: do consulado de Moçambique. Entrei no país por duas vezes hoje (!) mas neste momento ainda estou em Portugal. E amanhã volto lá; mas regresso a solo lusitano e sigo para o meu Algarve. É, eu sou rápida, mas não tanto: a ida de avião é só para a semana.  Neste momento estou com o coração um bocadinho na boca de tantos nervos. Já ontem à noite o jantar me caiu mal. Cheguei cedo à embaixada, fui a sétima pessoa do atendimento ao público, mas faltava-me um documento e de repente explodiu o stresse (limitado a quarenta e cinco minutos). Antes do meio-dia já estava de regresso aos meus mais que tudo, com almoço e boa disposição. 
Há um negócio em torno dos pedidos de vistos que me parece menos bem. Nada tem a haver com as embaixadas, estou a falar de um negócio muito bem montado por pessoas estranhas às embaixadas. Para me venderem o serviço chegaram a dizer-me que era preciso lá estar às 3h da madrugada. Se a época alta lá está a começar e se fui atendida duas vezes antes das 11h30, alguém está a empolar um bocadinho a dificuldade do processo, para proveito próprio. 

Confesso que se não fosse pelos mais pais viverem em Moçambique, as saudades estarem no limite do suportável e pelo peso que aquele país tem na história da minha família dificilmente uma ida aquele país seria a minha primeira opção de viagem de longo curso. Eu sei que a burocracia para outros países actualmente é um pesadelo, mas uma coisa tão simples como a obtenção de um visto de visitante tornou-se uma tormenta. Amanhã às 11h o meu para Moçambique estará pronto. Quando o tiver na mão, pago a passagem, e depois é só fazer as malas. E calar as saudades das princesas. Para a semana lá vou eu mesmo a sério. Tento não pensar muito nas longas horas do voo nem na minha linguagem corporal que sempre me denuncia quando me sinto em risco. 

Logo se vê.

Por estes dias andamos os quatro juntinhos-juntinhos. Para a semana estaremos em continentes distintos portanto temos de aproveitar. Depois de uma temporada muito boa mas muito cansativa, fomos turistas por uma tarde, em família e na Serra de Sintra! Que linda a vila, está fantástica. Demos a volta à serra e vimos ao longe a praia do Guincho. Nítida e belíssima. E o cheirinho que entrava pelas janelas?! Os eucaliptos e os pinheiros, a maresia eram maravilhosos. O mar é o mesmo, mas aqui tem um cheiro diferente... Parámos na Casa da Guia e andámos a pé, para esticar as costas e cheirar o mar. É verdade que não tem o mesmo cheiro que no Algarve, pois não? 
Depois passámos por Cascais, a ML achou a baía de Cascais o máximo e fomos até Carcavelos pela marginal.

Foi um bom passeio, não foi? Hoje vimos uma serra linda, um oceano imenso e um mar de gente.
Parece-me que não nasci para estar parada por muito tempo sempre no mesmo lugar...

Parque natural Sintra-Cascais. Fonte: www.pixabay.com (CC0 Creative Commons)



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